William teve de se afastar da empresa de gerenciamento financeiro que criou pouco antes de anunciar o fim da carreira. Mas o novo cargo no Timão não fará o ex-zagueiro ficar longe do dinheiro. Em seu primeiro dia na função, o gerente de futebol prometeu que continuará à procura de reforços para o clube, mas sem gastar muito, como quer o presidente Andrés Sanches.
- O Tite expôs as necessidades e a partir de agora vamos tentar buscar o que for de melhor. Não podemos fazer loucuras. O Corinthians já gastou muito e tem uma dívida muito grande, que a diretoria vem sanando desde que assumiu. O clube fez um esforço para trazer Ronaldo, Roberto Carlos e agora o Liedson. Vamos tentar contratar o melhor possível dentro das condições financeiras que o clube se encontra – disse.
Quase formado em contabilidade (parou no último ano), William já vê problemas para abrir os cofres. O jogador acredita que os protestos da torcida nos últimos dias pela eliminação na Taça Libertadores vão complicar a procura. Ele entende que os jogadores na mira do Timão aumentarão a pedida salarial por causa da segurança.
- É complicado quando a atitude de bandidos que se dizem torcedores só complica. O jogador quer ganhar mais por essas atitudes. A torcida acaba jogando contra. Por isso, temos a dificuldade em contratar – disse.
O ex-jogador lamenta ainda os obstáculos do Corinthians em elaborar o planejamento para a temporada 2011. O clube não conseguiu contratar os jogadores que gostaria, casos de Adriano e Luis Fabiano, e teve de se contentar com reforços de menor expressão, como Willian, Wallace, Ramírez e Fábio Santos.
- Ano passado tivemos a mudança de comando, isso para o planejamento é muito em cima da hora. Uma série de mudanças que deixou mais difícil contratar jogadores pontuais. Vou conversar com o Tite e vamos correr atrás – completou.
Após exames, Liedson garante: 'Não preciso de tempo para me adaptar'
Atacante passa por testes físicos e diz que depende apenas de Tite para estrear. Jogador viu pela TV a vitória sobre o Palmeiras
A nova arma de ataque do Corinthians não vê a hora de estrear. Depois de realizar exames médicos nesta manhã de segunda-feira, no bairro de Santana, Zona Norte de São Paulo, Liedson aguarda apenas o aval do técnico Tite para voltar a vestir a camisa alvinegra no Campeonato Paulista.
O centroavante ficou sete anos e meio no Sporting-POR e agora retornou para ser a “sombra” de Ronaldo. Apesar do longo período longe do Brasil, ele acredita que não terá dificuldades em se acostumar com o estilo brasileiro.
- Não preciso de tempo para me adaptar. Acho que vai ser mais fácil. Lá (em Portugal) é mais pegada, correria. Aqui é mais técnica – afirmou.
Liedson foi aprovado nos testes realizados nesta manhã. Ele também não necessitará de um prazo para se recondicionar, já que vinha atuando normalmente pelo clube de Lisboa. O jogador assina contrato à tarde, no Parque São Jorge, e inicia os treinamentos com o grupo na terça-feira.
- Eu não parei de jogar desde agosto. Estou bem fisicamente, mas tenho que deixar a decisão para o treinador. Quero conhecer todo o grupo primeiro e depois pensar em jogar – ressaltou.
O centroavante, aliás, acompanhou pela televisão a vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o rival Palmeiras, domingo, no Pacaembu, pelo Paulistão.
- Sofri bastante, mas gostei do resultado. As coisas estão voltando ao normal – completou.
Bandeirão e cantos da torcida marcam enterro de William Morais
Mais de mil pessoas acompanham a cerimônia e exaltam o jovem jogador
Muita comoção e referências ao Corinthians marcaram o velório de William Morais, assassinado no último domingo em Belo Horizonte, após uma tentativa de assalto. O corpo do jovem foi enterrado na tarde desta segunda-feira, no Cemitério Santo Antônio, em Osasco, na grande São Paulo. Cerca de mil pessoas acompanharam a cerimônia. O meia-atacante pertencia ao Timão, mas estava emprestado ao América-MG desde o início do ano.
O bandeirão do Corinthians cobriu o caixão do jogador. A torcida presente cantou o hino do clube, músicas de arquibancada e exaltou o nome do atleta. O pai de William precisou ser carregado na saída, pois acabou não controlando a emoção. Um dirigente do clube paulista representou a entidade e esteve ao lado da família o tempo todo.
Mais cedo, no velório, estiveram presentes vários jogadores do Corinthians, como Chicão, Alessandro, Júlio César, e também o técnico Tite, que falou sobre a tragédia.
- Este é um momento de respeito aos familiares, e me senti na obrigação de vir prestar uma homenagem a um jogador que tinha um futuro brilhante pela frente. Ele tinha sido emprestado para ganhar mais experiência, mas era um atleta de muito talento e tínhamos planos para o retorno dele. Só tenho a desejar muita paz neste momento para a família - ressaltou o comandante.
O presidente Andrés Sanches prometeu assistência aos familiares. O diretor de futebol do América-MG, Alexandre Mattos, reforçou a ajuda.
William, de 19 anos, levou um tiro na madrugada de sábado para domingo na capital mineira, quando voltava de uma festa para a sua casa. O jogador teria reagido a uma tentativa de assalto quando foi baleado. Três suspeitos foram reconhecidos e presos. Ele tinha contrato com o Corinthians até 31 de julho de 2013. O clube deve pagar os salários dele integralmente até o fim do vínculo.